Angola à beira de uma nova era de desenvolvimento económico, aponta BPI
Angola está à beira de uma nova fase no seu desenvolvimento económico, com um abrandamento da contribuição do petróleo para o crescimento da economia, que vai trazer “enormes desafios”, afirma o BPI numa nota de análise sobre o país
OJE/Lusa
Angola está à beira de uma nova fase no seu desenvolvimento económico, com um abrandamento da contribuição do petróleo para o crescimento da economia, que vai trazer "enormes desafios", afirma o BPI numa nota de análise sobre o país
Os economistas e analistas da unidade de Estudos Económicos e Financeiros do banco afirmam que "Angola está atualmente à beira de uma nova era de crescimento económico", marcada essencialmente por um abrandamento da dependência do petróleo para efeitos de crescimento da riqueza do país e pelos "enormes desafios" que isso coloca, nomeadamente ao nível das infraestruturas, das instituições, das oportunidades de emprego e da distribuição da riqueza.
No documento, consta que "as perspetivas mantêm-se risonhas para o país, cujas projeções de crescimento estão todas situadas entre os 5% e os 6% a médio prazo", sendo a do BPI, 5,3% para este ano, uma das mais conservadoras.
Para os autores do relatório, que resulta de uma recente visita ao país, Angola teve um excelente registo nos últimos dez anos, tendo conseguido duplicar o crescimento real do PIB, mas enfrenta ainda os problemas do desemprego e da pobreza. "Mesmo com um progresso substancial na última década, as condições de vida da população são, em média, ainda baixas e a percentagem da população que vive na absoluta pobreza ainda é um pesado fardo", lê-se no relatório, que considera que a demografia é, ao mesmo tempo, o maior ativo e o maior desafio do país.
Os analistas do BPI sustentam que "os desafios nesta nova era vão ser enormes", citando os exemplos das infraestruturas que são verdadeiros gargalos para o desenvolvimento, as instituições vão ter de ser mais fortalecidas e o rendimento terá de ser mais bem distribuído através de uma gestão mais eficaz das oportunidades de emprego".